quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Poema: "Quando não te Vejo Perco o Siso"

Formosura do Céu a nós descida,
Que nenhum coração deixas isento,
Satisfazendo a todo pensamento,
Sem que sejas de algum bem entendida;

Qual língua pode haver tão atrevida,
Que tenha de louvar-te atrevimento,
Pois a parte melhor do entendimento,
No menos que em ti há se vê perdida?

Se em teu valor contemplo a menor parte,
Vendo que abre na terra um paraíso,
Logo o engenho me falta, o espírito míngua.

Mas o que mais me impede inda louvar-te,
É que quando te vejo perco a língua,
E quando não te vejo perco o siso.

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Poema: "Amor é um Fogo que Arde sem se Ver"

Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Poema: "Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente"

Erros meus, má Fortuna, Amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a Fortuna sobejaram,
Que para mim bastava Amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que já as frequências suas me ensinaram
A desejos deixar de ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.

De Amor não vi senão breves enganos.
Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Camões no Museu Sociedade Martins Sarmento- Guimarães

Celebração no Museu Sociedade Martins Sarmento, no ano passado, a Camões, com exposição do livro os Lusíadas, edição número 1, e declamação de poemas por um grupo de colaboradoras do museu.

Esta iniciativa realizar-se-á este ano no dia 25 de Fevereiro da qual nós vamos participar com a declamação de poemas dos Lusíadas.

Endeichas a Bárbara escrava

As alunas, Raquel Magalhães e Luísa Caldas do 9º C, declamaram um poema de Camões na Biblioteca e em algumas salas de aula.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Livros baseados em Luís de Camões

"Uma viagem à India" - Gonçalo M. Tavares

"Luís, o Poeta, Salva a nado o Poema" - Almada Negreiros, Obras completas, Editorial Estampa

"Camões" - Miguel Torga, Poemas Ibéricos, Edição de Autor






"Camões e a Tença" - Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra poética II, Círculo de Leitores


  • "A Luís de Camões" - Jorge Luís Borges, O fazedor, Difel

  • "Fala Apócrifa de Camões- David Mourão-Ferreira, Obra poética, Editorial Presença

  • "Camões, Grande Camões..."- Bocage, Opera Omnia, Livraria Bertrand